Morgion - "Solinari" (1999)
terça-feira, 21 de dezembro de 2021
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
Dino Campana - "Sonho de Prisão"
Dino Campana (1885 -1932), escritor italiano, publicou um único livro em vida: «Canti Orfici» (1914), em português «Cantos Órficos». "Sonho de Prisão" é um dos textos que fazem parte dessa publicação.
terça-feira, 14 de setembro de 2021
The Wounded - "Garland", "Grace, Murder, Divine" e "We pass our bridal days"
Os 3 títulos acima são composições da banda holandesa The Wounded. As duas primeiras pertencem ao álbum «Monument» (2002) e a outra ao álbum «The Art of Grief» (2000).
sexta-feira, 9 de julho de 2021
sexta-feira, 18 de junho de 2021
João Camilo - "Como o vento"
"Como o vento" é um texto do escritor português João Camilo (n. 1943). Pertence ao livro «A mais nobre das artes», publicado em 1991.
Um ano novo. Tocaram os sinos
da minha aldeia à meia-noite?
O eco de bronze atingiu as margens da ribeira,
dança ainda sobre a sombra dos pinhais.
Um dia a torre da igreja cairá, o sino também.
E estaremos todos mortos, ninguém saberá que existimos.
Passámos como o vento que ninguém vê, nem sequer
deixámos pegadas no caminho que leva ao cemitério.
JOÃO CAMILO, A mais nobre das artes
sexta-feira, 7 de maio de 2021
terça-feira, 30 de março de 2021
VIDRO DUPLO
Perseguiu um homem durante 5 minutos e ao fim desse tempo, sem dizer nada, espetou uma faca no nó da gravata do homem. Na faca do crime só havia sumo de laranja.
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Antes de ir para a cama punha a cara mais séria que tinha e dizia: vou de viagem e não sei se regresso.
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Disse-lhe Bom dia. Ela respondeu Bom dia. Entraram os dois no elevador. Primeiro ela. Depois ele. Ele fixou os olhos numa parte da porta do elevador. Ela fixou os olhos nou-tra parte da porta do elevador. Ambos olhavam o movimento aparente das portas e pa-redes enquanto esperavam a sua vez de sair.
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O homem que foi salvo ontem do mar morreu hoje. Afogou-se na banheira.
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Estava sentado sozinho à mesa da esplanada. Um estranho aproximou-se dele e pergun-tou: posso-me sentar? Ele ficou surpreso e disse que sim embora desejasse ter dito que não. O estranho sacou de um baralho de cartas e disse: vamos jogar?
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Era alguém que só conseguia cagar se fosse à frente dos outros. Era alguém muito especial.
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Foi o vento que fez bater a porta?
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Estava de costas. Alguém gritou-lhe CUIDADO. Virou-se e ficou estático.
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Valem muito mais dois pássaros a voar do que um na mão.
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Foi atacado por parentes e amigos. Se sobreviver vai ficar dependente de parentes e amigos.
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Terão sido 29, e não 30, as facadas que o levaram à morte. A facada 30 foi um erro de observação.
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
Luísa Brehm - não se pode escrever o mar
Aqui fica um texto, sem título, da escritora portuguesa Luísa Brehm (n. 1957), retirado do livro «Da Melancolia», publicado em 1987.
não se pode escrever o mar.